Módulo sobre orientação e navegação. Em caso de dúvida entrar em contato.
LINHAS BASE – AVANÇADO
MANTENDO-SE
NO CURSO
Agora que já estudamos
o assunto TRIANGULAÇÃO e como podemos usar esta técnica para nos localizar
vamos ver outro tópico avançado onde veremos como podemos nos manter em curso
usando pontos de referência no terreno.
OBS: caso você não tenha visto a explicação sobre
triangulação não esqueça de correr atrás dela.
O que precisamos?
Uma bússola apenas.
Papel, caneta, radio, celular
etc são itens optativos 😉
Mas o quê é uma LINHA
BASE afinal? Vamos descomplicar, tirar vocabulário técnico do caminho e ir
direto ao ponto. Uma linha base é uma direção escolhida cuidadosamente pelo
navegador e tomada como eixo (BASE) para sua orientação em campo. Como falamos
na Escola MS, “está orientado? Então navegue!” É uma direção (azimute) de referência que
escolho para me orientar em campo ou sobre um mapa de modo a manter um curso
fixo em progressão pelo terreno. Por quê cuidadosamente escolhida? Pois ela
servirá de guia para a maior parte de sua progressão e muitas vezes a única
informação de alinhamento que você terá para saber aonde está seu destino,
acampamento etc.
E o quê seria um
alinhamento aqui? É a reta definida por uma visada de azimute.
Exemplo: Mário para
seu veículo em estacionamento à beira da Praia da Vega para fazer uma trilha
morro acima. Deste ponto ele consegue apenas ver sobre a floresta fechada o
cume de o que crê ser seu destino (Morro dos Patos). Ele não tem ideia do
zig-zag, distância nem nada que a trilha fará mas por via das dúvidas ele toma
uma linha base para sua trilha, tirando a visada com a bússola de onde tem boa
vista (visada) ao ponto de referência (cume do Morro dos Patos), verificando
que seu alinhamento entre o início da trilha e o destino possui azimute 40
graus (Az. Inverso 220 graus). Ele não sabe que direção a trilha lhe levará mas
agora definida sua linha base ele com a técnica certa e prática que tem sabe
que conseguirá manter-se no curso e ao final da trilha, voltar ao carro.
Desorientados por
vezes. Perdidos nunca!
Não confundir linha base com Azimute (linha/rota) de
Fuga! Isso é outra estória e vamos tratar dele depois já que já teremos
triangulação e linhas base bem entendidas.
QUANDO USAMOS A LINHA
BASE?
Sempre que formos
partir de local conhecido ou estação (ponto de parada como um acampamento) em
direção desconhecida, quando pudermos por mapa/carta ou visada estabelecer uma
referência cuidadosa de onde estamos. O intuito de estabelecer uma LINHA BASE é
ser capaz de navegar de volta ao ponto de saída (ex. acampamento) ou
estabelecer rota até destino.
Já devem estar lembrando daquela estória
“visada-progressão-visada-progressão” que tanto falamos durante nossos
workshops.... Quem já ligou uma coisa a outra já pode pular e ir direto para a
parte de como voltar à rota... 😊
Uma vez estabelecida
uma linha base para minha progressão eu devo ao máximo tentar me manter nela,
sempre que possível e o quanto antes ajustando meu alinhamento a fim de
coincidir com ela.
Vamos então para a
visualização de o que aprendemos até agora. Considerem o mapa abaixo:
Vamos introduzir nosso
cenário rapidamente para compreensão pois usaremos ele até o final do assunto. MESTRE
SELVA (MS) foram acampar em uma zona bem montanhosa no estado do RJ onde as
elevações saem de 0m a 1000m abruptamente. O local escolhido para armar a
barraca é uma clareira em platô com vista aos cumes em volta, próximo a riacho
e com acesso fácil a trilhas para escalada em rocha. MS convidaram um amigo,
aqui Jeremy, para encontrar com ele mas como a recepção de GPS lá é bem ruim e
o local grande, a precisão da localização foi ruim de modo que MS informa que o
local exato onde a clareira se encontra está alinhado com Az. 291 da face de rocha
do Pico do Eco com Az.232 graus do Paredão UEJ (P.UEJ) e que ela deixaria um
totem após o cruze do rio marcando o local na trilha mais próximo de entrada
pela trilha Sudoeste que Jeremy pegaria (ponto mais próximo de sua casa). A
clareira está em algum local sob o sopé do Pico do Eco (P.E.) entre a Encosta
do Tadeu e o Morro do Ito. Sendo Jeremy um proficiente e expert navegador, isto
já basta!
Az. 291 da face de
rocha do Pico do Eco – MS
definiu uma LINHA de BASE e fixou a localização
exata para seu acampamento com o
segundo alinhamento P.UEJ (Az.232) que
passou. Vemos aqui o uso da TRIANGULAÇÃO para fixar uma posição e linha base
de operações!
Tranqüilo que Jeremy
chegará ao acampamento nas próximas horas, podemos agora explorar o complexo de
morros e picos e procurar os tesouros que as matas fora das trilhas podem
esconder.
ATENÇÃO:
Não utilize este material para tentar a sorte saindo das trilhas nem se
expondo a riscos de que sua capacidade técnica não suporte. O cenário aqui
exposto é lúdico. Este material mesmo que com intuito de ensinar técnicas
avançadas de posicionamento não é substituto para um curso prático de formação
com profissionais capacitados e o autor não se
responsabiliza por má utilização deste material ou escolha de tomada de risco
acima de sua capacidade física e/ou técnica e quaisquer riscos advindos disto.
Algumas atividades envolvem riscos reais.
MAS SERÁ QUE SABEREMOS
VOLTAR PARA O ACAMPAMENTO SE DEIXARMOS A SEGURANÇA DESTE, AINDA MAIS DAS
TRILHAS BEM-MARCADAS?
Vamos ver como um
ponto fixado por alinhamentos e linhas base são usados para atingir este
objetivo e outros adaptados.
Mas antes, vamos
rever do Módulo I de Navegação Terrestre como seguir um curso pré-determinado
(LINHA BASE) sucessivamente até atingir um destino.
“visada-progressão-visada-progressão-visada-progressão...”
Ela novamente.
No diagrama acima temos o terreno aproximado da #montanhadaserpente e
hoje é dia de continuarmos o reflorestamento do lado oposto, mais ao Norte, de
nossa área. Trata-se do reflorestamento de encosta íngreme situada a uns 900m
do Brejo da Serpente; um terreno muito acidentado e entre nós e o ponto de
parada no último ataque com as mudas existe um vale com rio e floresta densa
que impossibilita qualquer visada.
Então qual o problema?
Eu poderia usar o GPS! A precisão não é excelente, mas está dentro dos 20m e
conhecemos bem nossa mata, mesmo que errássemos o caminho em linha reta ainda
assim chegaríamos ao destino. MAS “TEM
UM PORÉM”,
É inviável carregar
enxadas e diversos outros equipamentos toda vez que fazemos um trabalho, e
deixar na encosta é exposto demais a olhos desconhecidos. A solução é deixarmos
em local seguro dentro da mata (aqui marcado como o
triângulo vermelho), porém não temos esse último local marcado no GPS!
Sabemos entretanto que ele está ao Sul do córrego dos Afonsos e a Leste de
clareira em cume de morrete - e este
morrete (Ponto 1) conseguimos ver nitidamente de ambos os lados do vale.
LINHA DE AÇÃO:
1)
Nos
deslocamos para a esquerda sobre a cumeada até estarmos em posição onde tanto o
morrete quanto o ponto de destino estejam alinhados. Este alinhamento será
então nossa LINHA BASE!
2)
Tiramos o
azimute do alinhamento (LB), neste caso do Ponto A ao Ponto B, passando pelo
morrete Ponto 1
3)
Executamos
a “Visada-Progressão” de A até 1 descendo a encosta nordeste , seguindo
sempre o mesmo azimute.
4)
Ao
chegarmos em 1, executamos rápida procura a NE abaixo do rio pelos equipamentos
e voltamos ao sopé do morrete e continuamos seguindo o mesmo azimute.
No último
passo (passo 4) poderíamos claro seguir direto ao destino sem retornar ao
alinhamento visto que conhecemos o terreno, visto que o que realmente queríamos
era não perder tempo na coleta dos equipamentos.
Vimos aqui de maneira
curta com apenas 1 perna como proceder em progressão sobre uma linha base. Muito
comumente iremos realizar esta operação de INTERMEDIAÇÃO de PONTO / VISADA /
PROGRESSÃO diversas vezes a fim de chegar ao destino. Esse é uma habilidade
difícil de dominar. Vamos falar mais disso dando mais exemplos. Mas agora vamos
seguir com o tópico anterior.
Voltando a MS e Jeremy
e seu acampamento selvagem, como deverão eles proceder em seus
deslocamentos DE / PARA o acampamento e as
áreas de interesse a fim de não se perderem, tendo apenas uma bússola? Vamos
usar as linhas-base , alinhamentos, visadas para responder a essa pergunta
agora.
Começando por Jeremy
que chegará via Leste e ao final do dia. Ele sabe que o acampamento está locado
exatamente na intersecção dos Azimutes (Az.) visados 291 e 232; porém isto só é verdade para a linha-base
do acampamento. Jeremy está a quilômetros a Leste deste ponto e caso tentasse
seguir tais azimutes de onde irá entrar pela trilha ficará igualmente a Km do
acampamento...e perdido. Ele sabe então que precisa confiar em sua bússola e
seguir a Noroeste pela trilha até que esteja em local onde a visada a face de rocha do Pico do Eco esteja coincidindo com Az. 291.
Ele caminha por 30 min e vê pela primeira vez a face alvo. Verificando a
bússola tira Az.60 graus. Como seu sentido de deslocamento é Noroeste sabe que
quanto mais andar maior será o Az. Lido, pois então continua seguindo na
trilha. Mais diversos minutos, ele chega em descampado e tira novo azimute ao
Pico, desta vez Az.83 graus. Verifica que está realmente no sentido correto e
que em breve deverá estar no PONTO de ALINHAMENTO da LINHA BASE do acampamento
com o P.E. Caminha mais poucos minutos quando começa descida íngreme do
descampado e verifica que agora está alinhado ao Az. 291, que na verdade vocês já devem ter percebido pois falamos
sobre isso no material sobre triangulação, Jeremy precisa na verdade tomar o
AZIMUTE INVERSO ao passado por MS ! Deste modo Az. 60, 80, 111 graus... (sendo 111 graus o
Az.Inv. de 291). Quando sua bússola estiver alinhada com o Az. 111 graus
ele estará sobre a linha base passada. Aqui até o momento passamos os azimutes
pelo inverso a fim de forçar o leitor e pensar exercitar o aprendido e a pensar
que muitas vezes temos que ajustar nossa perspectiva a de quem dá origem à
informação!
Ele então usa a
segunda peça de alinhamento que possui (Az. 232 graus que inversos são 52
graus) a fim de se posicionar corretamente em relação ao acampamento. Percebe
que está longe do ponto, estando mais de 60 graus fora. Porém calcula sua
posição e segue a NO pela trilha a fim de encontrar o ponto onde tenha na
bússola o P. UEJ com Az. 52 graus e P.E. com Az. 111 graus. Ele desce a ravina
até encontrar uma BIFURCAÇÃO. Tomando a que desce a NO, poucos minutos mais
tarde verifica que passou do alinhamento de 52 graus o que é alerta que passou
do local correto. Ele então volta e testa a trilha que descia a Oeste e
verifica que a bússola volta a se alinhar e que o Az. Ao P.E. também está mais
próximo do correto. Mais poucos minutos ele encontra nova bifurcação, mas já
atento que deve “voltar” a SO (sudoeste) ele segue na direção P.E. até que
finalmente verifica o totem deixado por seu amigo. Uma rápida busca o leva a um
ponto onde ambos os pontos de referência se alinham com o informado pelo amigo
e o acampamento está exatamente onde deveria!
Depois dessa descrição,
nada melhor que um desenho para esclarecer o que Jeremy fez, não acham!? Vamos
então ao terreno como ele verdadeiramente é, e que explica as subidas e
descidas da rota, bifurcações etc.
A imagem mostra a trilha em floresta densa e fechada, e as clareiras e
pontos de visada que o caminhante utilizou para navegar.
Qual a diferença entre a sala TEORIA, um VÍDEO no YOUTUBE e a PRÁTICA? A
diferença é sala de aula versus adversidade do meio! De um lado você tem grid
de coordenadas, mapa colorido, google para tirar dúvidas e alguém lhe dizendo o
que e como fazer. Do outro você tem que se garantir sozinho e manter o curso
sob condições adversas e onde o objetivo não pode ser visto. Prepare-se
corretamente. Busque conhecimento sólido junto a profissionais com experiência
e pratique antes de aventurar-se.
Vamos praticar outro
cenário?
No dia seguinte
decidem que vão ao Paredão UEJ (P.UEJ) dar uma escaladinha. A falésia tem
diversas vias de escalada livre fantásticas e todos os instrutores da escola
são escaladores e guias de montanha. A oportunidade de escalar durante um
acampamento não é algo que acontece todo dia. A trilha de acesso ao P.UEJ é um
vara-mato, mal definida e pouco frequentada, e nenhum deles tem experiência
neste pedaço de trilha de modo que estão navegando sem conhecimento prévio do
terreno e rota (no vocabulário dos escaladores, “à vista” / “on sight”). KMON!
De que dispõe para navegar
com segurança?
·
Uma
estimativa de distância
·
A direção
do destino
·
Uma
bússola
·
As
linhas-base e alinhamentos já estabelecidos para o acampamento, onde se inclui
o azimute acampamento – Paredão UEJ (Az.52 graus)
Saem em direção Oeste
deslocando-se pela trilha até o cruze do rio. Jeremy fala que há outro cruze mais a cima e que
ontem entrou em trilha saindo daquele cruze. Como não sabem se esta trilha ou a
de cima é mais curta ou mesmo se chegam ao mesmo destino, decidem por tomar
esta mais próxima.
O navegador deve
sempre estimar o tempo que levará de um objetivo a outro pois este detalhe lhe
será de grande importância para saber se ainda está na rota correta ou se
desorientou e precisa reavaliar.
Em torno dos 20
minutos dão de encontro com um paredão descendo a trilha. Avaliam que dada a
distância e a orientação que estavam seguindo trata-se de paredão errado,
possivelmente a Encosta do Tadeu, face pouco inclinada e sem interesse para
eles. Continuam em mata densa agora sem qualquer visada até iniciarem subida
íngreme na trilha por vários minutos margeando a Encosta do Tadeu. Em certo
ponto conseguem avistar um paredão distante, semelhante ao P.UEJ e tiram Az.
136 graus. Agora aplicarão este azimute na navegação (“visada-progressão”) até conseguirem
chegar à base do paredão avistado. Mais
acima nova bifurcação, mas seguem o Az. na bússola para a direita (Leste).
Alguns leitores devem ter se perguntado por que digo “a rota segue
oeste” em casos que o azimute está claramente no primeiro quadrante (Leste)....
É erro? Nada disso!
AZIMUTE e DIREÇÃO de DESLOCAMENTO não são a mesma
coisa. O uso da linguagem aqui é proposital a fim de
expor o leitor a uma complexidade extra. Em muitos casos essa diferença é
exatamente o que nos indica como ajustar nossa rota.
Pouco acima chegam ao
Paredão UEJ . Excelente! E verificam que continuaram no alinhamento Az. 136
graus. Após a escalada, voltam ao acampamento. Como estão alinhados com o Az.
136 graus e o acampamento está alinhado com Az. 52 graus, é obvio que devem
seguir na direção Nordeste (para a direita da trilha) até alinharem-se. Tomam o risco de ao invés de voltarem pelo
mesmo caminho, seguirem com a informação de Jeremy de que havia trilha mais a
cima e como o alinhamento dela está no sentido correto, julgam que podem
experimentar segui-la pois vindo por cima pode ser mais rápida e
tranquila. Assim o fazem e chegam ao
cruze do rio correto, percebendo que estão no sentido correto descendo ao Az.
52. Mais poucos minutos reconhecem o segundo cruze do rio e sabem que chegaram ao
acampamento.
O navegador competente há de fazer tais julgamentos e estar certo de
suas capacidades e ciente das decisões que toma. Quando você estiver navegando
fora de caminhos conhecidos NÃO CONFIE nos seus sentidos de navegação. Confie
na bússola e nas técnicas aprendidas.
MAS COMO DECIDIMOS QUAL ROTA SEGUIR NUMA SITUAÇÃO
INUSITADA E TERRENO DESCONHECIDO?
Pelo exemplo acima já
é possível ter uma ideia de como definimos rotas e como progredimos sucessivamente
de ponto a ponto até chegarmos ao destino. Porém vamos ver um exemplo gráfico
novamente , com mais uma análise realista de caso a fim de deixar um pouco a
teoria de lado.
No mapa abaixo, produzi
uma mapa de relevo de uma região montanhosa ao Norte do RJ quase ES e o cenário
é o seguinte:
Expedicionários em
travessia estudam rota de saída para terminar seu trekking. O destino final é o
vilarejo no sopé de um dos picos, onde existe serviço de ônibus para voltarem,
além de instalação e restaurantes. O terreno é montanhoso, muito acidentado e
com grande desníveis e ravinas. A altitude dos picos gira em torno dos 1300m e
a segurança da rota nesta volta final é importante para o grupo.
Eles têm: MAPA (o
abaixo) e bússola, além de um bom nível de conhecimento.
Decidem então estudar
o mapa e sabendo onde estão (pico exato) e onde está o término da jornada,
podem calcular sua rota e estabelecer qual caminho seguir. Do alto do Pico mais
alto (alt. 1.630m) eles têm visada do pico situado ao destino e dos picos
maiores ao entrono, além de uma boa vista dos vales, que confrontando com o
mapa em mãos, provém toda a informação necessária para sua decisão.
É a primeira vez de
todos e nenhum deles têm informações confiáveis a cerca dos caminhos a serem
tomados.
O MAPA em revelo. Estando em A, com destino a C, qual rota seguirão?
O triângulo formado
mostra o azimute do alinhamento + a distância plana entre eles. As cores, neste
mapa hipsométrico, mostram pontos de maior altimetria (altitude) nas cores mais
escuras e avermelhadas, enquanto os pontos mais baixos vão clareando passando a
amarelo e finalmente verde. Fica claro que o caminho AC embora linha reta tem
que cruzar diversos lances complexos além de adentrar um vale acidentado. Já o
caminho BC mostra uma perda altimétrica grande em direção ao destino, e um vale
muito mais transitável, talvez até com uma estrada de terra tronando o trajeto
mais seguro e fácil.
Deste modo, com as informações
que têm em mãos eles decidem:
1)
De A têm visada direta a C, de modo que irão
estabelecer AC como sua LINHA BASE (em vermelho), Az. 40 graus e distância 21
km
2)
Decidiram
seguir de A para B e de B então para C como falado, assim descerão a cumeada por
vale que facilitará a navegação retirando complexidade desta, e em B
encontrarão já outro vale, este já descendo em direção ao vilarejo. O caminho
fica com 5 km a maior, porém reduzem a complexidade e muito provavelmente o
tempo de deslocamento com mais segurança. Assim, AB tem Az. 356 graus e 11km e
BC Az. 70 graus com 15 km. Total 26 km porém já desembocando diretamente sobre
o vilarejo e sendo guiados pelo vale num único azimute.
Ainda, podem decidir
tomar pontos de referência ao longo das pernas (AB ; BC) a fim de verificar o
curso via triangulação, que já vimos anteriormente. Partindo de A seguem Az.356
graus até o ponto no vale abaixo de B e de lá seguem Az. 70 graus vale abaixo
até o destino.
MAS E SE O PERCURSO ATÉ B FOSSE SEM VISADA DIRETA...
Como vimos, de A é
possível ver o vale até B e eles sabem que o caminho pode ser feito sem se
perderem e sem a necessidade de estabelecerem linhas base auxiliares. Mas
e se houvesse entrada em floresta ou ao invés deste vale “limpo” estivessem na
cumeada de um completo de montanhas? Daí a desorientação seria fácil de
ocorrer.
Acho que temos que
detalhar mais a técnica... vamos lá:
Antes de continuar,
vamos deixar claro que linha-base, alinhamento, visada, handrail, etc são
termos usados por diferentes especialidades de profissionais (cartógrafo,
topógrafo, orientista amador, etc) para falar de um mesmo conceito geral,
e muitas vezes as pequenas diferenças entre tais termos não impactam na
precisão dos objetivos intencionados. Então vamos lá.
Podemos estabelecer
então várias linhas base ao longo de nosso trajeto a fim de garantir que estejamos
mantendo o curso programado? SIM.
E quanto a sabermos se atingimos o objetivo conforme havíamos planejado?
VISADA-PROGRESSÃO
Bom, já vimos bem o
conceito de AZIMUTE INVERSO / CONTRA AZIMUTE e ele deve ser usado sempre que necessitemos
verificar que estamos na rota correta – no azimute correto. De que maneira?
Lembram do homem
bússola, homem passo, homem ponto? E as diversas variações a técnica de progressão
em terreno...tem a finalidade de propiciar sempre uma linha reta de visada
(ponto chave aqui) para uma progressão segura no azimute desejado. Quando
enviamos alguém à frente é para essa pessoa seguir até o objetivo estabelecido
e lá parar; uma vez lá, ela pode tirar o contra azimute de onde está até a
origem de onde partiu e assim verificar se saiu da rota. Exemplo: Maria envia João até a rocha 200m no
Az.180 e ao chegar na rocha João tira o azimute da rocha para Maria e verifica
que ela está no Az. 360 graus. Como 360 (=zero) é o Az. inverso de 180, eles
estão alinhados e o destino foi atingido.
No caso de estarmos
sozinhos a técnica “visada-progressão” necessita de improvisação e objetos
intermediários com visada direta serão usados, substituindo o/ companheiro/a de
progressão. Sucessivas visadas seguidas de progressão até o ponto visado (alvo)
são feitas até se atingir o final do percurso.
Deste modo:
Navegando sobre uma
LINHA BASE A-B com Az. X:
1)
Parte-se
de A com Az.X até o ponto 1 distante de
A porém visível.
a)
Em 1
verifica-se pelo contra azimute se A e 1 estão alinhados
b)
Ainda em 1
tira-se a visada do ponto 2 com Az. X
2)
Chegando
no Ponto 2, vindo de 1 com Az. da linha base
a)
Verifica-se
se o Ponto 1 está no contra azimute de X
b)
Ainda em 2
escolhe-se o ponto 3 e segue-se para ele com Az.X
( ... )
12) Chegando no ponto 12, vindo de 11 com Az. da linha base
a) verifica-se que o contra
azimute está correto visando 11.
b) visamos B, nosso destino que
deve estar no Az. X e seguimos até ele
É um processo trabalhoso, mas sem mistérios. O navegador precisa de
atenção, sistematização de suas ações e o conhecimento solidificado.
Vamos ficar por aqui
neste assunto pois já temos 10 páginas e estudar os casos mais complexos nos nossos
workshops e aulas virtuais. Foi um prazer tê-los conosco.
Início de outro
módulo....
-------
AGORA QUE VOCÊ JÁ APRENDEU
MAIS ESSA TÉCNICA DE NAVEGAÇÃO, EMBARQUE NUM PRÓXIMO WORKSHOP OU CURSO NOSSO DE
VENHA PRATICAR E VER EM CAMPO COMO FUNCIONA.
Esperamos que esta
introdução tenha sido proveitosa para a compreensão da técnica gráfica de
triangulação e de forma didática para que seu emprego possa ser feito em caso
de necessidade.
TREINE E ESTUDE
Estamos abertos para
receber na escola quem tiver interesse em se capacitar no assunto cartografia e
navegação.
Cumprimentos
Tony Loureiro,
instrutor coordenador da Escola Mestre Selva membra CONFE-SUR no RJ.
Especialista em
sobrevivência, cartografia e ciências geomáticas; cartógrafo, agrimensor e
topógrafo.
Contatos:
Tel/Zap: (21)
98101-5086
FB e Instagram
@mestreselva
Web: cursomestreselva@blogspot.com
YouTube: mestreselva
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